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terça-feira, 26 de junho de 2012

O CORVO


Na mitologia, os corvos são vistos geralmente como portadores de maus presságios, devido à sua plumagem negra e hábitos de comer animais mortos. Entretanto são providos de uma inteligência incomum. Sua inteligência fez com que eles desenvolvessem hábitos alimentares diversos, inclsive o de comer sementes difíceis de abrir para outras aves. Eles colocam estas sementes no bico e sobem a uma altura razoável e lá de cima solta a semente que se espatifa no chão. A exemplo do seu parente próximo, o Urubu, o Corvo não pode ver um animal agonizante que ja pousa ao seu lado e fica aguardando a sua morte para banquetear-se.
Infelizmente no meio dos humanos também estamos cercados de corvos. Eles são inteligentes aves de mau agouro. Cruzam os braços e ficam torcendo contra. Quando menos se espera, no meio de um furacão lá estão eles para dar palpite errado e criticar aquilo que foi feito enquanto se encontravam de braços cruzados. Isso quando eles não vem de fora para dar palpites. A personalidade do corvo faz com que eles sempre  coloquem um empecilho no meio do caminho. Não vislumbram um futuro bom. Tem medo exacerbado. Encara tudo pelo lado negativo e é incapaz de enxergar algo de bom nas situações. Se você não tem um amigo ou colega de trabalho assim, certamente já ouviu falar no perfil pessimista, que habita alguns ambientes de trabalho.
Se é fácil encontrá-lo, difícil é saber lidar com ele. Mas, antes de falar sobre relacionamentos, é preciso entender um pouco mais do comportamento. Você sabe como ele se origina?
De acordo com a psicoterapeuta Clarice Barbosa, o pessimista pode surgir de uma situação que a empresa está vivendo. "Pode ser em uma transição/mudança, em que os funcionários não sabem o que vai acontecer e isso faz com que fiquem inseguros". O resultado é o pessimismo em relação a qualquer atitude a ser tomada. O pessimismo ainda pode acompanhar a filosofia da empresa, que simplesmente não incentiva os profissionais, não pede para que criem, critica as atitudes tomadas e que não foram iniciativa deste ou daquele protegido e isso acaba gerando insegurança quanto ao futuro, que novamente leva ao pessimismo. Neste  caso o pessimismo pode ser passageiro, uma vez que decorre de uma situação momentânea que o profissional está vivendo. Mas existe um tipo de pessimismo que acompanha o profissional. O pessimista nato.
Além dos aspectos externos, que levam ao pessimismo, existem os internos. Normalmente, existem pessoas no ambiente de trabalho que levam consigo a característica e, por pior que pareça, essa pessoa pode ser o líder. "A tendência do ser humano é focar no que não deu certo. Oitenta por cento das pessoas têm foco maior no que é negativo", explicou Clarice. As pessoas pessimistas normalmente agem dessa maneira devido à sua história de vida. Elas carregam crenças limitantes, como o complexo de inferioridade e o julgamento de que são incapazes de fazer algo diferente e positivo. E ela encontrará diversas desculpas, sem perceber, para justificar a visão negativa.
A principal orientação de Clarice quando se deparar com algum pessimista na vida profissional é não alimentar a percepção. Simplesmente mude de assunto e siga em frente com seus projetos, sem se deixar abater.
Normalmente, o pessimista precisa de um toque, pois é difícil que saiba que está tomando essa atitude. Agora, quando é um grupo que está sendo contaminado, fica ainda mais difícil de identificar o problema, pois todos estão "entrando na onda". Aí, será preciso alguém de fora para perceber. Porém, se for uma pessoa isolada, ela tende a ficar isolada e deprimida. Afinal, ninguém quer conviver com alguém pessimista o tempo todo, que acredita que o futuro não é positivo e que os projetos não darão certo. Além de prejudicar seus relacionamentos, a pessoa afeta diretamente a sua vida profissional, pois tende a falar sozinha.
"O pessimista não tem uma projeção de futuro e um hábito de encontrar saídas para os problemas. Ele vai patinar na carreira, e não dar um salto. Fica na zona de conforto, onde não tem desafios", afirmou.
Uma pesquisa norte americana comprovou que os pessimistas infelizmente estão se tornando maioria nas empresas. Dentre as perguntas que foram feitas durante a pesquisa, em uma delas, 76% dos entrevistados ficariam satisfeitos em ganhar um salário menor, desde que o seu chefe ou determinado companheiro ganhasse menos do que ele. É o cúmulo do absurdo. Além de pessimismo e incompetência,  algumas empresas incentivam  o desenvolvimento da inveja entre seus funcionários.
Da mesma maneira que ser pessimista demais pode atrapalhar o trabalho, ser otimista ao extremo também pode ser prejudicial. A pessoa só vê o lado bom das situações e, desta forma, acaba por fugir da realidade, de acordo com Clarice, "O bom é buscar o equilíbrio", finalizou.
Texto e pesquisa  de Ivan Alves

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