Na mitologia,
os corvos são vistos geralmente como portadores de maus presságios, devido à
sua plumagem negra e hábitos de comer animais mortos. Entretanto são providos
de uma inteligência incomum. Sua inteligência fez com que eles desenvolvessem
hábitos alimentares diversos, inclsive o de comer sementes difíceis de abrir
para outras aves. Eles colocam estas sementes no bico e sobem a uma altura
razoável e lá de cima solta a semente que se espatifa no chão. A exemplo do seu
parente próximo, o Urubu, o Corvo não pode ver um animal agonizante que ja
pousa ao seu lado e fica aguardando a sua morte para banquetear-se.
Infelizmente no meio dos
humanos também estamos cercados de corvos. Eles são inteligentes aves de mau
agouro. Cruzam os braços e ficam torcendo contra. Quando menos se espera, no
meio de um furacão lá estão eles para dar palpite errado e criticar aquilo que
foi feito enquanto se encontravam de braços cruzados. Isso quando eles não vem
de fora para dar palpites. A personalidade do corvo faz com que eles sempre coloquem um empecilho no meio do caminho. Não
vislumbram um futuro bom. Tem medo exacerbado. Encara tudo pelo lado negativo e
é incapaz de enxergar algo de bom nas situações. Se você não tem um amigo ou
colega de trabalho assim, certamente já ouviu falar no perfil pessimista, que
habita alguns ambientes de trabalho.
Se é fácil encontrá-lo, difícil é saber lidar
com ele. Mas, antes de falar sobre relacionamentos, é preciso entender um pouco
mais do comportamento. Você sabe como ele se origina?
De acordo com a psicoterapeuta Clarice
Barbosa, o pessimista pode surgir de uma situação que a empresa está vivendo.
"Pode ser em uma transição/mudança, em que os funcionários não sabem o que
vai acontecer e isso faz com que fiquem inseguros". O resultado é o
pessimismo em relação a qualquer atitude a ser tomada. O pessimismo ainda pode
acompanhar a filosofia da empresa, que simplesmente não incentiva os
profissionais, não pede para que criem, critica as atitudes tomadas e que não
foram iniciativa deste ou daquele protegido e isso acaba gerando insegurança
quanto ao futuro, que novamente leva ao pessimismo. Neste caso o pessimismo pode ser passageiro, uma
vez que decorre de uma situação momentânea que o profissional está vivendo. Mas
existe um tipo de pessimismo que acompanha o profissional. O pessimista nato.
Além dos aspectos externos, que levam ao
pessimismo, existem os internos. Normalmente, existem pessoas no ambiente de
trabalho que levam consigo a característica e, por pior que pareça, essa pessoa
pode ser o líder. "A tendência do ser humano é focar no que não deu certo.
Oitenta por cento das pessoas têm foco maior no que é negativo", explicou
Clarice. As pessoas pessimistas normalmente agem dessa maneira devido à sua
história de vida. Elas carregam crenças limitantes, como o complexo de
inferioridade e o julgamento de que são incapazes de fazer algo diferente e
positivo. E ela encontrará diversas desculpas, sem perceber, para justificar a
visão negativa.
A principal orientação de Clarice quando se
deparar com algum pessimista na vida profissional é não alimentar a percepção.
Simplesmente mude de assunto e siga em frente com seus projetos, sem se deixar
abater.
Normalmente, o pessimista precisa de um
toque, pois é difícil que saiba que está tomando essa atitude. Agora, quando é
um grupo que está sendo contaminado, fica ainda mais difícil de identificar o
problema, pois todos estão "entrando na onda". Aí, será preciso alguém
de fora para perceber. Porém, se for uma pessoa isolada, ela tende a ficar
isolada e deprimida. Afinal, ninguém quer conviver com alguém pessimista o
tempo todo, que acredita que o futuro não é positivo e que os projetos não
darão certo. Além de prejudicar seus relacionamentos, a pessoa afeta
diretamente a sua vida profissional, pois tende a falar sozinha.
"O pessimista não tem uma projeção de
futuro e um hábito de encontrar saídas para os problemas. Ele vai patinar na
carreira, e não dar um salto. Fica na zona de conforto, onde não tem
desafios", afirmou.
Uma pesquisa norte americana comprovou que os
pessimistas infelizmente estão se tornando maioria nas empresas. Dentre as
perguntas que foram feitas durante a pesquisa, em uma delas, 76% dos
entrevistados ficariam satisfeitos em ganhar um salário menor, desde que o seu
chefe ou determinado companheiro ganhasse menos do que ele. É o cúmulo do
absurdo. Além de pessimismo e incompetência,
algumas empresas incentivam o
desenvolvimento da inveja entre seus funcionários.
Da mesma maneira que ser pessimista demais
pode atrapalhar o trabalho, ser otimista ao extremo também pode ser
prejudicial. A pessoa só vê o lado bom das situações e, desta forma, acaba por
fugir da realidade, de acordo com Clarice, "O bom é buscar o
equilíbrio", finalizou.
Texto
e pesquisa de Ivan Alves
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